O Grupo Sony anunciou na segunda-feira (22) o cancelamento da fusão entre sua unidade na Índia e a Zee Entertainment, sediada em Mumbai. O acordo, revelado há dois anos, visava a formação de uma entidade de mídia avaliada em US$ 10 bilhões (R$ 49,25 bilhões) no próspero mercado de comunicação indiano. A fusão incluía a criação de um “fundo de guerra” para competir com rivais locais e gigantes globais de streaming, como Netflix e Amazon, de acordo com analistas.
A decisão da Sony de encerrar as negociações ocorre em meio às discussões entre a Disney e a Reliance Industries de Mukesh Ambani sobre a fusão de seus negócios de mídia na Índia. Em comunicado, a Sony afirmou que “as condições para a conclusão da fusão não foram atendidas” e destacou que a rescisão dos acordos definitivos não terá impacto significativo em seus resultados financeiros consolidados.
Embora a empresa não tenha especificado as condições não cumpridas, relatos da mídia sugerem tensões entre as partes em relação à liderança da entidade combinada. A Zee propôs Punit Goenka, seu CEO, como líder resultante da fusão, mas a Sony discordou devido a uma investigação do regulador de mercado indiano. A Zee Entertainment, por sua vez, afirmou que está avaliando as opções disponíveis após receber a carta de rescisão e negou veementemente as alegações da Sony, que busca uma taxa de rescisão de US$ 90 milhões (R$ 443,23 milhões) por supostas violações dos termos da fusão.
A separação ocorre em um momento em que a competição se intensifica na indústria do entretenimento na Índia. Com um mercado relativamente aberto e uma vasta população de língua inglesa, o país está se tornando um destino atraente para empresas globais de entretenimento. O governo indiano, liderado pelo primeiro-ministro Narendra Modi, aspira que o país em breve se torne o terceiro maior mercado de mídia e entretenimento do mundo, superando sua posição atual em quinto lugar. Caso o acordo entre Disney e Reliance se concretize, não apenas fortalecerá a presença da empresa americana na Índia, mas também resultará em uma entidade maciça com mais de 100 canais de televisão e duas plataformas de streaming.